sábado, 28 de novembro de 2015

Degelo nos polos supera as previsões Aquecimento atinge a Antártida e a Groenlândia. Cientistas preveem elevação sem precedentes dos níveis dos oceanos

Veja que degelo nos polos pode afetar vida de pessoas nas regiões costeiras |


CLIMA

Degelo nos polos supera as previsões

Aquecimento atinge a Antártida e a Groenlândia. Cientistas preveem elevação sem precedentes dos níveis dos oceanos

  •  
  •  
Texto publicado na edição impressa de 26 de fevereiro de 2009
Genebra - O gelo dos polos Norte e Sul está derretendo mais rápido que o previsto, provocando o aumento do nível dos mares e um agravamento do aquecimento global. O alerta é de um estudo realizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), em colaboração com mais de mil especialistas sobre as regiões polares do planeta. A consequência será a elevação sem precedentes dos oceanos a níveis nem mesmo previstos pelo Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Mais de 200 milhões de pessoas que vivem em regiões costeiras poderão ser diretamente afetadas.
O relatório, preparado no âmbito das comemorações do Ano Polar, concluiu que tanto o Polo Sul como o Norte estão sofrendo uma “acelerada e generalizada” perda de gelo.
A parte ocidental da Antártida também sofreria com o aquecimento. Informações obtidas até recentemente apontavam que essa região estaria de certa forma isenta das mudanças climáticas. Cientistas estimavam que o gelo sobre o território da Antártida e Groenlândia não estavam sofrendo da mesma forma que o gelo na águas polares. Mas as constatações agora são de que esses blocos também estão sendo perdidos.
Para os cientistas, o resultado ainda pode ser uma deterioração ainda maior do aquecimento global, já que o derretimento desse gelo polar pode liberar gases que estavam presos e intensificar os problemas climático.
Colin Summerhayes, diretor executivo do Comitê Científico de Pesquisas sobre a Antártida, admitiu que não esperava que a conclusão fosse tão sombria. “O que vemos é que não é apenas a parcela de terra que chega até o sul da América do Sul que está sendo afetada”, disse.
O estudo foi realizado durante dois anos e envolveu mais de mil cientistas de 60 países. Para chegar ao resultado, utilizaram satélites, submarinos e alta tecnologia.
A pesquisa concluiu que a águas que estão próximas ao continente no pólo sul estão 0,3 graus Fahrenheit mais quentes que há dez anos. Isso representaria uma elevação duas vezes mais rápida que o resto dos oceanos nos últimos 30 anos.
“Esses podem ser os indícios de um incipiente colapso da cobertura de gelo da Antártida”, disse Sumerhayes.
Outra conclusão foi a de que o número de blocos de gelo que estão deslocados da Antártida boiando sobre as águas atinge uma taxa sem precedentes. Isso seria parte das evidências de que há uma mudança climática na região.
Por ano, o degelo dos glaciais já soma 114 bilhões de toneladas. Para Summerhayes, esse derretimento terá repercussões para os níveis dos oceanos nos próximos anos. A constatação é de que, hoje, o derretimento do gelo da Antártica já contribui para uma elevação de 3 milímetros nos níveis do mar no planeta a cada ano.

Sem comentários:

Enviar um comentário